Maioria na CPI ja vê provas para indiciar Bolsonaro

A maioria dos senadores e técnicos que compõe a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 acredita já ter elementos suficientes para indiciar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por crime sanitário. Em seu relatório final, a comissão pode pedir ao MPF (Ministério Público Federal) o indiciamento do mandatário por ilícitos que entendem que ele cometeu na gestão da pandemia. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Segundo a publicação, senadores acreditam que os depoimentos prestados até o momento confirmaram que Bolsonaro e seus comandados tinham real consciência do impacto da pandemia e que deveriam ter agido para minimizar os efeitos à população.

Na visão dos parlamentares, fatos mostrados em três depoimentos foram cruciais para esse entendimento. O primeiro foi o do ex-ministro Henrique Mandetta, que mostrou uma carta que teria sido entregue ao presidente alertando sobre a gravidade da pandemia. A segunda seria a revelação do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, de que uma proposta de compra de vacina feita pela Pfizer esperou dois meses para ser respondida. A terceira é a confirmação do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, da demora na negociação. Em seu depoimento, Murillo acrescentou que o Governo Federal recusou proposta para comprar 70 milhões de unidades ainda no ano passado.

Na próxima semana, a CPI vai ouvir dois ex-ministros do governo Bolsonaro: Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde).