Coronavírus supera as piores previsões econômicas da OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) adverte que o impacto da pandemia do novo coronavírus no mundo está superando as piores previsões econômicas da entidade e destaca que um esforço coordenado dos governos e dos bancos centrais é urgentemente necessário para superar a crise.

No início este mês, ao lançar as previsões intermediárias, a organização tinha dito que, em um cenário mais adverso, o vírus poderia reduzir pela metade o crescimento da economia mundial em 2020, até 1,5%, provocando a recessão na Europa e no Japão.

"Parece que agora avançamos muito além do cenário mais grave então previsto", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, em uma plataforma digital lançada pela agência nesta sexta-feira (20) para reunir dados e respostas políticas à pandemia.

Na opinião de Gurría, a crise requer um nível de ambição semelhante ao do Plano Marshall, que criou a OCDE, e uma visão semelhante à do New Deal, mas agora a nível global.

O economista e diplomata mexicano salientou que a pandemia constitui o terceiro grande choque econômico, financeiro e social do século XXI, após os ataques de 11 de setembro de 2001 e a crise financeira global de 2008.

Entre os efeitos, estão a suspensão da produção nos países afetados, com danos colaterais às cadeias de abastecimento globais, e uma queda acentuada do consumo aliada a um colapso da confiança.

O representante do chamado "clube dos países ricos" alertou que embora as medidas rigorosas que estão sendo aplicadas sejam essenciais para conter o vírus, elas estão empurrando as economias para um estado de congelamento profundo sem precedentes, do qual a recuperação não será direta ou automática.

Gurría salientou que além de agir para minimizar a perda de vidas, é também uma prioridade um esforço coordenado contra a crise econômica, que continuará mesmo quando o pior da crise de saúde tiver passado.

O Secretário-Geral da OCDE elogiou declarações recentes como a do G7, que na segunda-feira (16) se comprometeu a fazer o que for necessário através de estreita cooperação para conter a crise econômica e sanitária, mesmo reconhecido que isso seria insuficiente.

Gurría pediu apoio à força de trabalho da saúde e às agências reguladoras para trabalharem em conjunto para remover os obstáculos burocráticos que impedem o desenvolvimento e a entrega de vacinas e tratamentos, mesmo para pacientes não segurados.

O mexicano também convocou os governos a reduzirem os requisitos de elegibilidade para o subsídio de desemprego e advertiu aos bancos centrais de que uma abordagem conjunta para monitorar e diagnosticar as tens

*Com EFE