Mulher reclama de comida por delivery e PM a leva à força até delegacia

Mulher contou que foi levada agredida e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e precisou ir a um ortopedista. PM alegou que policial usou os meios necessários pra conduzir a pessoa até a delegacia e que vai abrir procedimento apuratório pra averiguar as circunstâncias da ocorrência.

Foto: divulgação

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Uma profissional de saúde que estava de plantão no hospital modular de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, pediu o almoço num restaurante que faz delivery e depois de reclamar da entrega foi arrastada à força até a delegacia.

Após a reclamação por não gostar do que veio no prato, um policial militar apareceu no hospital e levou a profissional, aos gritos, para dentro de uma viatura.

A mulher contou que foi levada agredida e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e precisou ir a um ortopedista.

A mulher prefere não se identificar e conta que tudo começou quando fez o pedido de almoço no restaurante Baroni Gastronomia por um aplicativo.

Ao receber o prato, ela decidiu reclamar com o restaurante: "Vocês não mandaram talher! Como vou comer? Além de mais de 30 minutos de atraso".

O restaurante se desculpa pelo atraso e diz que enviou talher sim. A profissional de saúde rebate, dizendo que não enviaram o talher e que a carne estava péssima. Logo depois, o pedido foi cancelado.

O restaurante provavelmente cancelou pra não receber baixa pontuação. Em seguida, ela conta que um motoboy foi até o hospital pra cobrar o pagamento.


"Falou que eu tinha que pagar, porque tinha agido de má fé, que eu tinha feito um pedido, recebido, comido, e cancelado o pedido. E aí eu mostrei pra ele ... falei: 'Olha, não fui eu que cancelei, e eu não vou pagar'", disse a mulher.

Nesse momento, segundo ela, o a pessoa disse que ia chamar a polícia e disse: "Você não sabe com quem você está mexendo: eu sou militar da reserva".

O apoio da PM para a cobrança da conta de um restaurante chegou rápido. O policial entrou no hospital à procura da profissional.

"Ele já chegou me acusando, ele não me deu o benefício da dúvida, ou seja, ele não tinha um mandado, não tinha um flagrante, não tinha prova, então ele não tinha nada. Eu não me neguei em nenhum momento a ir prestar depoimento. Eu estava no meu plantão, eu não poderia abandonar o meu setor, que isso a gente aprende no código de ética", disse a mulher que, mesmo assim, foi levada à força para a delegacia.