'Se não fosse Bob, eu teria morrido', diz dona de cachorro que alertou sobre incêndio em residência

Foto: Acorda Cidade

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Verdadeiros heróis. Segundo o relato da professora aposentada Aline da Costa Lustosa, de 82 anos, se não fosse o seu cachorro Bob e a cuidadora Luciene, ela e o marido teriam morrido no incêndio que destruiu completamente o seu imóvel, na madrugada desta segunda-feira (9), na Rua Leolinda Barcelar, no bairro Kalilândia.

O fogo teve início por volta das 2h da madrugada de hoje (9), provocado por um curto-circuito na tomada conectada a um ventilador, que estava desligado. As faíscas atingiram o colchão, que entrou em chamas na parte de baixo. Aline dormiu um sono pesado e não acordou de imediato com a fumaça e o calor.

"O cachorro pegou um paninho em chamas e levou para o quarto da frente, onde meu marido estava em uma cama de hospital. Dormem lá dois técnicos, revezando os dias, e um enfermeiro. Ele levou o paninho em chamas para a menina, que chama Luciene, que é técnica, e ela perguntou: "O que é isso Bob, esse pano com fogo?", e ele veio correndo para o quarto, e quando ela chegou viu o ventilador pegando fogo e me chamou. Eu levantei atordoada, a gente foi pegar água para jogar e o fogo já estava por debaixo do colchão, ninguém sabia. Quanto mais a gente jogava água, o fogo suspendia, e depois a gente viu o fogo no colchão inflamável, a cama box grande e se tornou esse incêndio", relatou Aline Lustosa.

O cachorro já vai fazer 12 anos em dezembro. E meu esposo está acamado, tem pós-neuropatia nos nervos, não anda, não movimenta nem os pés nem as mãos e tem um pouco de Alzheimer."

Depois que a técnica de enfermagem abriu o portão do fundo da casa, para pegar um balde e apaziguar as chamas, Bob correu para o fundo, onde havia uma casinha e uma cadeira. Ele ficou lá, aguardado os donos saírem.

"A fumaça começou a aumentar, ela (Luciene) pegou a cadeira de rodas que fica na sala, sozinha conseguiu tirar meu esposo, botar na cadeira e me chamou. Bob correu para uma casinha que fica no fundo e ficou em uma cadeira. Fomos para o shopping Conteiner Mall, e ficamos vendo a casa pegar fogo. A técnica Luciene passou mal, inalou fumaça, mas não deixou a gente enquanto o outro técnico não chegou, que é o Luciano. Eu agora estou mais calma, fiquei com a cabeça doendo, em estado de choque por cerca de duas horas. Foi horrível, não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo na minha casa".

Os idosos foram para a casa da filha Ivaline da Costa Lustosa Sacramento

Ivaline Lustosa, também relatou sobre o susto que enfrentou ao saber do incêndio na casa dos pais.

"Foi um susto para toda a família. Eu estava dormindo e acordei 2h30 da manhã com a enfermeira ligando. Eu comecei a gritar, sai doida com meu marido, daqui do Feira X para a Kalilândia. Quando cheguei lá, estavam no meio da rua. Luciene conseguiu carregar meu pai com 90 anos e com quase 100 kg, ela o colocou na cadeira de rodas e salvou minha mãe, mas foi Bob que mostrou a Luciene o fogo que começou no quarto. Foi minha outra irmã que deu Bob a ela, depois que as cachorras de minha mãe morreram, ela tinha duas cachorrinhas. Luciane também foi uma guerreira, porque se não fosse ela, minha mãe estaria morta e meu pai também, que não levanta da cama para nada", relatou.