Romaria de Bom Jesus da Lapa vai se tornar patrimônio imaterial Manifestação tem 331 anos

Com 331 anos, manifestação religiosa reúne mais de 2 milhões de turistas por ano e é segundo maior evento popular no estado

Foto: Acervo do Santuário do Bom Jesus

Foto: Acervo do Santuário do Bom Jesus

Banhada pelo Rio São Francisco e rodeada por morros e grutas que conferem clima místico, a cidade de Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano, reúne devotos de todo país para peregrinar e expressar fé e gratidão. Após dois anos sem comemoração, a 331ª edição da tradicional Romaria do Bom Jesus da Lapa, que já começou e vai até sábado, deve festejar também o reconhecimento da manifestação cultural como patrimônio imaterial da Bahia.

Membros da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural da Bahia (CPHAAN) do Conselho Estadual de Cultura (CEC) entram em votação para aprovação hoje. Segundo o presidente da CPHAAN, Táta Tavares, a validação é certa.

Ele ressalta que é preciso reconhecer a peregrinação de devotos ao santuário como especial, uma vez que é a maior romaria da Bahia, do Nordeste e terceira do Brasil. Assim como se consagra como a maior festa popular no estado depois do Carnaval.

Segundo Tavares, o município reúne mais de 2 milhões de turistas por ano, sobretudo entre 28 de julho e 6 de agosto, quando ocorre a programação oficial da romaria. O novenário é sucedido pela festa com missa festiva e procissão no último dia.

"A intenção é proteger para que não sofra nenhum tipo de ruptura, dano ou perda em sua própria identidade. Já é algo mantido na fé dos romeiros. O processo de registro especial, além de valorizar e reconhecer, visa a proteção da manutenção por toda vida. A Câmara, para além do registro, recomenda ao estado que [...] efetive processo de tombamento por todo conjunto arquitetônico do patrimônio físico e natural que compõe o Santuário de Bom Jesus [gruta que deu origem à tradição]", afirma.

O processo para reconhecimento da Romaria do Bom Jesus da Lapa como patrimônio imaterial da Bahia começou em 2017 pelo governo estadual. Após cinco anos, o registro especial foi concluído pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Agora, está sob relatoria da conselheira Evanice Lopes e responsabilidade da Câmara de Patrimônio da Bahia, cuja função é emitir parecer final e aprovar a consagração. Depois da aprovação, o texto segue para homologação do governador e publicação no Diário Oficial.

"Com certeza vai ser aprovada, porque é uma das mais antigas do Nordeste, acontece há 331 anos. É muito justo a Câmara [...] poder validar e solicitar registro", assegura Táta.