Operações da PRF não impediram voto de eleitores, mas TSE investigará denúncias, diz Moraes
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, declarou, neste domingo (30), que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, informou à corte que nenhum eleitor deixou de votar em razão das mais de 500 operações promovidas pela corporação nas ruas do país.
O ministro, no entanto, frisou que Vasques ainda formalizará todas as informações por escrito e antecipou que os casos serão investigados um a um. Caso seja constatado que a PRF agiu para prejudicar o exercício do direito ao voto, os responsáveis podem ser enquadrados por ilícito eleitoral, abuso de autoridade e na esfera penal.
O chefe da PRF teve um tête-à-tête com Moraes durante esta tarde após eleitores e políticos relatarem que as blitzes estariam atrapalhando a chegada de cidadãos às seções eleitorais, principalmente no Nordeste, onde Lula tem ampla vantagem sobre Jair Bolsonaro. As ações ocorreram na contramão de uma decisão do TSE, que proibiu a corporação de realizar operações que envolvam o transporte público de passageiros.
De acordo com Moraes, Vasques declarou que as inspeções nos coletivos duraram de 15 a 20 minutos. As operações, segundo a PRF, foram embasadas pelo Código de Trânsito Brasileiro. "Ou seja, era um ônibus com pneu careca, com farol sem condições de rodar", detalhou o ministro.
Após os esclarecimentos, Moraes disse que "não há necessidade de superlativizar a questão" e apontou que ele e Vasques acordaram a interrupção de todas as operações no país. "Os ônibus em nenhum momento retornaram à origem. Prosseguiram até o destino final e os eleitores votaram. A partir da reunião, foi determinado que todas as operações cessem, inclusive com base no Código de Trânsito".
Moraes acrescentou que, como, supostamente, não houve prejuízo ao eleitorado, o TSE não viu a necessidade de prolongar o horário da votação do segundo turno.