Se até o final do dia de hoje não reconhecer a sua derrota, Bolsonaro arrisca-se a ouvir de um dos seus mais importantes aliados a sugestão pública para que renuncie ao mandato.
Não haveria tempo para depô-lo por meio da abertura de um processo de impeachment, que é demorado. Mas a sugestão, partindo de um político de peso, deixaria Bolsonaro mal na foto.
Mal, não, pior na foto. Seu silêncio foi visto como estímulo para que a banda armada e mais radical do bolsonarismo bloqueasse estradas do país na tentativa de criar um clima de golpe.
Se era isso o que Bolsonaro queria, conseguiu – a ilusão por horas de que um golpe seria possível para mantê-lo no poder. Ou a enganosa sensação de que jamais será abandonado por seu povo.
O ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal não precisaram de muito tempo para acabar com o sonho golpista de Bolsonaro: a polícia foi acionada para restabelecer a ordem.
Se ela não o fizesse, se a situação se agravasse, o Supremo examinaria a hipótese de decretar a prisão em flagrante de Bolsonaro por crime contra a Pátria. Quem duvida que faria?
Bolsonaro acordou na segunda-feira apoplético. Afirmou a vários dos seus ministros que não aceitaria os resultados das eleições e que elas deveriam ser anuladas porque houve fraude.
Metrópoles