População de Santo Estêvão deve redobrar cuidados contra dengue após chuvas intensas

Foto: Freepix

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Nos últimos dias, as fortes chuvas em Santo Estevão trouxeram um aumento significativo no acúmulo de água em diversos pontos da cidade, elevando o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Diante deste cenário, as autoridades de saúde alertam a população para reforçar os cuidados, eliminando qualquer recipiente que possa acumular água parada, como vasos de plantas, pneus, garrafas e caixas d'água destampadas.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, para 2025, há previsão de aumento na incidência de casos de dengue em pelo menos seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Todos eles, segundo o ministério, estão sendo monitorados "ainda mais de perto". Em 2025, foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos até quarta-feira (8). Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.

Na Bahia já são 80 casos prováveis de dengue registrados, apenas nos primeiros dias de 2025. No ano passado, os registros da arbovirose explodiram: foram mais de 233 mil entre os baianos, quase cinco vezes mais do que em 2023 - quando foram 47 mil.

Especialistas avaliam que as condições climáticas podem colaborar para o aumento de casos. Quanto mais calor e umidade, melhor é o desenvolvimento do Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença.

Em entrevista com a coordenadora epidemiológica de Santo Estêvão, Iasmin Chaves, foram detalhadas as ações da Secretaria de Saúde para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti após as chuvas recentes. Segundo Iasmin, o trabalho de combate à dengue ocorre durante todo o ano, com visitas diárias realizadas pelos agentes de endemias.

Com o aumento do risco devido às chuvas, as ações educativas serão intensificadas, conscientizando a população sobre a importância de permitir a entrada dos agentes para inspeções e tratamento. Apesar de não haver previsão de mutirões de limpeza imediatos, a coordenadora afirmou que visitas educativas serão realizadas em um bairro da cidade em breve, dependendo da colaboração dos moradores.

Sobre o uso do fumacê, ela explicou que, conforme normas do Ministério da Saúde, ele só é aplicado em casos de surto ou epidemia, sendo complementado por borrifação de inseticida e tratamento focal. Para denúncias ou solicitação de visitas, não há um canal direto; ''os moradores devem comparecer à Secretaria de Saúde para formalizar a solicitação na sala da Vigilância Epidemiológica.''

A dengue se manifesta através de sintomas como febre alta, dores de cabeça, nos músculos e articulações, além de manchas vermelhas pelo corpo. Caso a pessoa apresente esses sinais, deve procurar imediatamente atendimento médico. Para combater a proliferação do mosquito, é fundamental manter a limpeza de quintais, usar repelente, e garantir que recipientes estejam bem fechados ou furados, impedindo que sirvam de criadouros para o Aedes aegypti.

Quem pode tomar a vacina da dengue?

No Brasil, existem duas vacinas aprovadas contra esse patógeno, a Qdenga, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda, e a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi-Pasteur. Devido a contraindicação da segunda para pessoas que nunca tiveram a infecção, apenas o imunizante japonês está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) no final de 2023, a Qdenga está disponível no SUS (gratuitamente) para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue após os idosos (o imunizante não foi liberado pela Anvisa para pessoas acima de 60 anos). Segundo o Ministério da Saúde, não há previsão de ampliação da faixa etária do público-alvo.


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