Cerca de 600 funcionários vão ser demitidos em fábrica de calçados em Itapetinga

Sindicato afirma que a empresa negociou as dispensas e garantiu direitos trabalhistas aos demitidos.

Cerca de 600 funcionários de uma fábrica da empresa Vulcabras Azaleia, instalada no município de Itapetinga, sudoeste da Bahia, vão ser dispensados. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Calçados de Itapetinga, que relatou que as dispensas vão começar na próxima sexta-feira (29).

As demissões abrangem trabalhadores que residem em Itapetinga e outros municípios da região. Segundo a categoria, as demissões se devem, principalmente, à redução de custos de transportes de colaboradores que atuam em outras cidades, como Macaraní, Itambé, Itororó, Firmino Alves e Caatiba.

Funcionários são desligados de fábrica em Itapetinga — Foto: Reprodução

O sindicato afirma que a empresa negociou as dispensas e garantiu direitos trabalhistas aos funcionários demitidos. A categoria acrescenta que foi feito um acordo coletivo para aqueles trabalhadores que quiserem residir em Itapetinga ou ir ao trabalho com seus próprios transportes. Nestes casos, eles serão mantidos e receberão ajuda de custo mensal de R$ 140 durante seis meses.

Aqueles que não aceitarem as condições receberão todos os diretos trabalhistas e mais 12 cestas básicas, informou o sindicato.

Em nota, a Vulcabras Azaleia confirmou os desligamentos em Itapetinga, mas não revelou a quantidade de funcionários que perderão o emprego. A empresa afirmou "que não é segredo que a pandemia está atingindo forte e negativamente a economia e o setor de calçados" e que está se adequando ao novo momento. A Vulcabras Azaleia acrescenta que "colocou em prática uma série de iniciativas para a manutenção da saúde dos negócios", como antecipação das férias e banco de horas, mas, ainda assim, foi necessária a decisão de desligar parte dos colaboradores.

A empresa afirma que entrou em acordo com o sindicato para que sejam feitas as rescisões cabíveis e se comprometeu a fornecer 12 cestas de alimentação aos demitidos até o mês de dezembro.

Veja o posicionamento completo divulgado pela Vulcabras Azaleia:

"Vulcabras Azaleia tem quase 70 anos de história e a seriedade e respeito com que se relaciona com seus colaboradores são parte do motivo que a faz ser uma empresa tão sólida. A companhia, uma das maiores e mais importantes do setor calçadista, foi uma das primeiras a tomar a decisão de deixar seus milhares de colaboradores em casa, em segurança e seguindo as recomendações das autoridades de saúde e regulamentações de esferas municipais e estaduais, devido à pandemia global da COVID-19, que atingiu o Brasil em meados de março. Além das férias coletivas a todos os colaboradores de fábrica e escritório, ficando apenas em home office algumas aéreas essenciais da empresa com equipe reduzida, foi formado um comitê para planejar, na velocidade que a crise exige, uma retomada consciente e responsável. Para administração da crise, Vulcabras dialoga diariamente para enfrentar o agora e planejar o futuro da companhia, mantendo-se próximos aos colaboradores e estreitando laços com fornecedores e clientes.

Mas não é segredo que a pandemia está atingindo forte e negativamente a economia e o setor de calçados não se esquivou desse cenário. A crise desencadeada pela COVID-19 desarticulou toda a cadeia produtiva, com impactos econômicos sem precedentes. Diante disso, a Companhia está se adequando ao novo momento e colocou em prática uma série de iniciativas para a manutenção da saúde dos negócios: adotou a Medida Provisória nº 936 do Governo Federal, antecipou férias e banco de horas, e mesmo com seus maiores esforços, teve que tomar a decisão de desligar parte dos colaboradores da unidade de Itapetinga, BA. Em acordo com o sindicado serão feitas as rescisões cabíveis e a empresa, em adicional, se compromete a oferecer 12 cestas de alimentação, as mesmas já fornecidas aos colaboradores, até dezembro, mantendo esse benefício em entendimento à dificuldade do momento.

A Vulcabras Azaleia passou por momentos adversos em sua história, as quais superou e trouxe crescimento e experiência, sabendo que toda crise tem seu fim. Dessa vez, não será diferente. A companhia sabe da gravidade do momento, mas reitera seu otimismo e compromisso com seus colaboradores, comunidades, fornecedores, parceiros, clientes e com o Brasil".