"Estamos vivendo a retomada", diz secretário especial do Emprego

O saldo negativo de 10.984 vagas entre contratações e demissões em junho — ante o fechamento de 918.286 postos de trabalho em abril e 350.303 em maio —, mostra que o Brasil retomou o caminho da recuperação do mercado de trabalho, afirmou Bruno Bianco, secretário especial da Previdência e Emprego. Mesmo assim, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira, 28, mostram que o Brasil fechou quase 1,2 milhão de postos de trabalho no primeiro semestre de 2020, o pior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1992.

"Os números do Caged mostram que fizemos a nossa lição de casa e por isso estamos conseguindo atravessar a pandemia e vislumbrar uma retomada muito clara na nossa frente. De fato, estamos vivendo a retomada, e temos tudo para que ela seja em "V'", disse o secretário especial durante a apresentação dos dados. O governo não faz previsões para a retomada dos índices aos níveis pré-crise, porém, afirma que os resultados referente a julho devem ser melhores do que o do mês passado. "Passaremos por alguns meses com avanços e recuos na abertura das atividades econômicas, mas é natural que nos próximos meses os dados apresentem um aquecimento da economia, e isso já se reflete no mercado de trabalho", disse Bruno Dalcolmo, secretário de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.

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O governo apontou o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) como um dos principais fatores da redução do fechamento de postos de trabalho. Aprovado pela MP 936, o programa permite aos empregadores reduzir a carga horária e salário dos trabalhadores, com contrapartida do governo federal para quitar parte da folha salarial. Desde abril, foram fechados mais de 15 milhões de acordos, com investimento de R$ 21 bilhões. A medida foi prorrogada neste mês por 120 dias. A previsão do Ministério da Economia é aportar R$ 51 bilhões no projeto. "A prorrogação dele foi muito oportuna, mas no limite necessário. Nós não fecharemos o diálogo com outros setores. Caso as coisas piorem, levaremos ao ministro e ao presidente [o projeto para uma nova prorrogação]", afirmou Bianco.