Reparos cotidianos fazem busca por seguro residencial disparar na pandemia

O "novo normal" forçado pela pandemia do novo coronavírus tirou as pessoas dos escritórios e fez com que a sala, o quarto ou qualquer canto da casa se transformasse numa estação de trabalho. Além de mudar a dinâmica das relações de chefes e colaboradores, o home office e o isolamento social despertaram a preocupação sobre a segurança e as comodidades de se passar tanto tempo em casa. O reflexo disso é a disparada da venda de seguros residenciais, que em alguns casos chegou a superar em 100% o total de negociações na comparação aos tempos pré-pandemia.

A Minuta Seguros é exemplo dessa mudança. A busca por apólices para residências entre maio e junho deste ano foi 102% maior do que no mesmo período do ano passado, enquanto as vendas aumentaram 43% no segundo trimestre de 2020, em relação aos três primeiros meses do ano. "Essa alta é muito mais pelos serviços oferecidos do que pela cobertura de eventos em si", explica Marcelo Blay, CEO da seguradora.Com as pessoas passando mais tempo dentro de casa, a tendência é de maior procura por trabalhos do cotidiano, como os de eletricistas, encanadores e chaveiros. "Há a impressão de que o seguro para residência é caro porque as pessoas comparam com o seguro automotivo. Mas, se a pessoa precisar contratar um eletricista, por exemplo, o valor de um serviço já sai mais caro do que o da apólice anual."

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A tendência é que os clientes conquistados em meio à pandemia permaneçam mesmo com o fim das medidas de isolamento social e com a abertura gradual dos escritórios, segundo Henrique Volpi, CEO da Kakau Seguros. Desde a primeira quinzena de março, o executivo estima que a seguradora tenha assinado mais de 2.200 novas apólices de seguro residencial, uma alta de aproximadamente 40% ao mês. "Houve uma mudança comportamental. As pessoas passam mais tempo em casa, e perceberam como aquele espaço é valioso para elas", explica.

Além de apólices para residência, a Kakau também oferece seguros para meios de micromobilidade, como bicicletas e patinetes elétricos. Para julho, a expectativa é que a busca por esse tipo de seguro seja 47% maior do registrado no mês anterior, confirmando a tendência de crescimento. "Por causa da pandemia, as pessoas evitam usar meios de transporte público para evitar a contaminação e buscam alternativas individuais", afirma.