Dólar fecha a R$ 5,46, maior valor desde o final de maio

Depois de passar a manhã desta segunda-feira, 10, em queda frente ao real, atingindo a mínima do dia nos R$ 5,3532, o dólar subiu para R$ 5,4663 no fechamento, o maior valor desde o dia 22 de maio. A moeda foi influenciada pelo cenário de incerteza no exterior devido à proximidade daseleições nos Estados Unidos. Já no Brasil, pesou a ameaça fiscal pela possibilidade de burlar o teto de gastos. "Grande parte desta alta vista hoje vem com impulso de fora. Há um cenário incerto sobre o que pode ocorrer com a economia americana. Mas há questões domésticas também, como o fato de o Copom ter deixado a porta aberta para mais cortes. Vamos ver a ata da reunião amanhã (terça-feira), e as preocupações fiscais", avalia Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, ressaltando que a possibilidade do teto de gastos ser burlada é algo que tem sido olhado com muita atenção pelo mercado. "Já sabemos que os fundamentos macroeconômicos foram dilacerados e a grande atenção é como reverter a trajetória da dívida".

Durval Corrêa, assessor financeiro da Via Brasil Serviços Empresariais, complementa que, com o cenário de incertezas — com as eleições americanas e a disputa entre Estados Unidos e China, o dólar ainda é o refúgio tradicional para onde estão indo os investidores. "Há uma pressão compradora mais forte, mostrando tomada de posição de retaguarda ainda mais com a questão do déficit fiscal e as questões da reforma tributária, que têm trazido alguma instabilidade no Brasil", diz. ORelatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. Da mesma forma, a projeção para o índice no fim de 2021 também permaneceu em 3,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção passou de 5,00% para 4,90%. Para 2023, permaneceu em 6,00%, igual a quatro semanas atrás.

Leia também

Banco do Povo de SP disponibiliza mais de 70 mi para microempresas

Explosão deixa morto e feridos em Baltimore nos EUA

Boletim Focus mantém projeção em 2% para Selic no fim de 2020

A animosidade entre EUA e China seguiu aumentando nesta sessão. Autoridades americanas foram hoje ao Twitter para se manifestar contra a prisão de Jammy Lai, editor do jornal Apple Daily, de Hong Kong, com base na lei de segurança nacional imposta pela China à ex-colônia britânica. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, escreveu: "A prisão de Jimmy Lai em Hong Kong é profundamente ofensiva e uma afronta às pessoas que amam a liberdade em todo o mundo". Mais cedo, foi o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que se pronunciou: "Estou profundamente preocupado com os relatos da prisão de Jimmy Lai pela draconiana Lei de Segurança Nacional de Hong Kong. Outra prova de que o Partido Comunista da China eviscerou as liberdades de Hong Kong e corroeu os direitos de seu povo", publicou Pompeo em seu Twitter.

* Com informações do Estadão Conteúdo