Ministro da Educação diz que acesso à internet não é uma atribuição do MEC e discussões sobre gênero não deveriam ocorrer nas escolas

"Muitas vezes a disciplina é usada para incentivar discussões de gênero. E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo"

Foto : Andressa Anholete/ Getty Images)

Foto : Andressa Anholete/ Getty Images)

Devido à pandemia do novo coronavírus, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, revela que a desigualdade educacional no país se intensificou e que isso "não é um problema do MEC, mas sim um problema do Brasil".

"Esse problema só foi evidenciado pela pandemia, não foi causado pela pandemia. Não tem como, vai fazer o quê? É a iniciativa de cada um, de cada escola. Não foi um problema criado por nós. A sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por meio do MEC, que vamos conseguir deixar todos iguais", ponderou.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", o ministro afirmou que resolver os problemas de acesso à internet dos estudantes não é uma atribuição da pasta. Segundo ele, cabe aos estados e municípios garantir o ensino remoto durante a pandemia. Ainda de acordo com Milton Ribeiro, o Ministério da Educação exercerá o papel de repassar recursos e divulgar um protocolo de segurança.

Durante entrevista, o ministro foi questionado sobre a importância da educação sexual na sala de aula. Em resposta, ele disse que muitas vezes a disciplina é usada para incentivar discussões de gênero. "E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo".

Além disso, o ministro afirmou que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo, vêm, algumas vezes, de "famílias desajustadas".

Retorno das aulas

Em relação à volta das aulas presenciais no país, Milton Ribeiro informou que o MEC disponibilizou verba para ser usada no pagamento dos professores e estagiários. "São R$ 525 milhões que vamos mandar direto para as escolas públicas. O diretor e sua equipe que vão manejar para comprar insumos, pequenos reparos, tudo para proporcionar que o aluno volte com segurança, incluindo máscaras. Vamos mandar para todas" destacou.

No entanto, deixou claro que não cabe ao MEC se posicionar sobre a volta às aulas. "Não temos o poder de determinar. A lei é clara. Quem tem jurisdição sobre escolas é Estado e município. Não temos esse tipo de interferência. Se eu começo a falar demais, dizem que estou querendo interferir; se eu fico calado, dizem que se sentem abandonados. Por mim, voltava na semana passada, uma vez que já superamos alguns itens, saímos da crista da onda e temos de voltar", destacou.

Confira abaixo outros pontos da entrevista ao "O Estado de S.Paulo".

A escola é um ambiente com prática de bullying, o que leva, por exemplo, a depressão e outros casos mais graves. Não é importante fazer essa discussão dentro da escola?


Por esse viés, é claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) têm um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios.

O senhor é contra um professor transgênero na sala de aula?

Se ele não fizer uma propaganda aberta com relação a isso e incentivar meninos e meninas para andarem por esse caminho? Tenho certas reservas.

A gestão do seu antecessor, Abraham Weintraub, foi marcada por questões ideológicas. Qual seu posicionamento sobre o educador Paulo Freire?

Tive a pachorra de ler o texto mais famoso dele, que é a "Pedagogia do Oprimido". Eu desafio um professor e um acadêmico que venha me explicar onde ele quer chegar com as metáforas, com os valores. Ele transplanta valores do marxismo e tenta incluir dentro do ensino e da pedagogia.

O senhor recebeu os deputados Tabata Amaral e Felipe Rigoni (PSB-ES)?

Não. Eu recebi a Comissão Externa da Câmara (que os dois integram e acompanha o trabalho do MEC).

O presidente Bolsonaro o repreendeu por receber a Tabata?

Ele queria entender porque a Tabata publicou uma foto. Eu falei ao presidente que recebi a comissão. É diferente isso. A mídia conservadora estranhou o fato de tê-los recebido, mas eu não vou mudar.

Fonte: EduNotícias