Uso do cartão de crédito cresce na crise e inadimplência dispara

Desde março do ano passado, o Antônio Martinez Junior trabalha como motorista de aplicativo. Ele conta que o movimento de passageiros está fraco, o que tem impactado as finanças. Por isso, Antônio tem recorrido cada vez mais ao cartão de crédito para fazer compras essenciais, como supermercado farmácia, e acabou ficando inadimplente. “A gente tenta negociar, né? Na negociação a gente pode pagar um valor mínimo e tenta parcelar em mais vezes, ganhar tempo. A situação está muito complicada. Só que isso tem um lado negativo, porque o cartão de crédito gera juros que são altos.”

O caso de Antônio não é isolado. Segundo uma pesquisa da Fecomercio de São Paulo, o mês de março fechou com mais de 77% dos paulistanos tendo alguma dívida no cartão. Esse é o maior percentual desde junho de 2012. Gabriel Ferreira é CEO de uma empresa de soluções em pagamento e administração de cartão de crédito que atende público das classes C, D e E. Para ele, a liberação de mais uma rodada do auxílio emergencial pode ajudar muitas famílias a quitar dívidas. “Acho que seria um cartão, a energia, uma água que poderia auxiliar. Apesar de ter diminuído o valor, ainda assim daria para resolver pendência que tem em mãos.” A recomendação dos especialistas é usar o cartão de crédito com cuidado, para não ficar inadimplente. Mas, se isso acontecer, a recomendação é tentar negociar a dívida com a bandeira do cartão de crédito.

*Com informações da repórter Nicole Fusco