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Economia

Exportações de armas crescem mais de 30% sob Bolsonaro, diz relatório


Segundo o documento, a percepc?a?o da industria de armas como estrategicamente importante tem incentivado sucessivos governos brasileiros a fornecer apoio financeiro ao setor por meio de uma serie de concesso?es e emprestimos a juros baixos.

O relatório diz então que, "mais recentemente, o setor de defesa foi ainda mais fortalecido pela eleic?a?o do presidente conservador Jair Bolsonaro, cujas politicas pro-militares ajudaram a garantir o apoio continuo ao setor de defesa e criaram um ambiente politico sensivel a?s demandas do setor".

Elaborado com o apoio da Justiça Global e do Instituto Sou da Paz, o relatório afirma que, de acordo com levantamento da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), so em 2019 houve um aumento de 16% no numero de empresas credenciadas para comercialização de armas em comparac?a?o com o ano anterior.

"No mesmo período, houve um aumento de 21,8% no numero de empresas que se beneficiam do regime Retid (Regime Especial de Tributac?a?o para a Industria de Defesa)", acrescenta.

Intitulado "a fabricação, comércio e regulamentação de armas e equipamentos de segurança no Brasil", o documento retrata a produção e comercialização, no Brasil, de irritantes químicos (como as bombas de gás lacrimogêneo), armas de eletrochoque, armas de impacto cinético (bastões, porretes, cassetetes), projéteis de impacto cinético (balas de borracha) e instrumento de contenção (algemas), além de armas de fogo e munições reais e granadas de efeito moral.

Além de mencionar incentivos fiscais e flexibilização de regras como amostra de apoio institucional, o relatório afirma que nos ultimos anos os exportadores brasileiros de equipamentos de seguranc?a e aplicac?a?o da lei tambem se beneficiaram do "aparente endosso do Executivo do pais".

O relatório cita como exemplo a participação de empresários do setor nas comitivas que acompanharam Bolsonaro em viagens oficiais à Índia e aos Emirados Árabes. O documento aponta ainda para o risco de emprego de armas em desacordo com os princípios dos direitos humanos, bem como a exportação para países onde a democracia está ameaçada.

No relatório, a Omega Research Foundation também faz uma série de recomendações sobre a legislação que regulamenta o setor, em especial no que se refere ao aumento do controle do uso de equipamentos de segurança.

Um dos responsáveis pelo relatório, o pesquisador Matthew McEvoy explica que um dos objetivos da Omega é monitorar a expansão da indústria das armas no Brasil e no mundo. Para ele, a presença de executivos dessas empresas nas comitivas presidenciais evidencia a priorização do setor pelo governo Bolsonaro.

Segundo McEvoy, o estudo -que lista casos de uso abusivo de equipamentos de segurança no Brasil- será encaminhado a entidades internacionais de defesa de direitos humanos, além de apresentado, por exemplo, ao Ministério Público e CNJ.

O estudo foi realizado durante o final de 2019 e inicio de 2020, produzido como parte de um projeto cofinanciado pela União Europeia. O conjunto de dados sobre empresas envolvidas na fabricac?a?o e comercializac?a?o de equipamentos de seguranc?a em que se baseia e mantido e atualizado pela Omega, que pesquisa o mercado global de equipamentos policiais e de seguranc?a desde 1990.

Ao explicar a metodologia aplicada na elaboração do relatório, a Omega afirma conduzir pesquisas de mercado de forma continua.

As fontes incluem informac?o?es de sites e panfletos de empresas, publicac?o?es do setor industrial, publicac?o?es governamentais, informac?o?es financeiras e empresariais de juntas comerciais nacionais, estatisticas comerciais produzidas pelo governo e pelo mercado, organizac?o?es de midia e relatorios e publicac?o?es confiaveis de organizac?o?es na?o governamentais (ONGs) e organizac?o?es governamentais internacionais (IGOs).

A Omega afirma que os estudos de caso do uso abusivo de equipamentos de seguranc?a no Brasil e internacionalmente foram extraidos de uma ampla gama de fontes, incluindo noticias, relatorios de orga?os de monitoramento de direitos humanos e relatorios publicados por organizac?o?es de direitos humanos nacionais e internacionais.

"Salvo disposic?a?o em contrario, na?o se pretende inferir irregularidades por parte dessas empresas e nenhuma infere?ncia nesse sentido deve ser feita. Todas as empresas incluidas neste relatorio foram contatadas para comentarios antes da publicac?a?o", ressalva.

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