Caso Hyara Flor: polícia acredita que suspeito de matar adolescente na Bahia fugiu para o Espírito Santo

Foto: Redes sociais

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O adolescente de 14 anos, suspeito de matar a esposa Hyara Flor Santos Alves, que tinha a mesma idade, na cidade de Guaratinga, extremo sul da Bahia, fugiu para o Espírito Santo com a família. A informação foi divulgada pelo delegado Moisés Damasceno, coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis).

"Depois do tiro, ele e a família dele fugiram por uma estrada de chão, que dá acesso a Minas Gerais e de lá foram para o Espírito Santo", revelou o delegado.

O crime aconteceu na quinta-feira (6) e, até a manhã desta quarta-feira (12), ninguém havia sido preso. O marido de Hyara e o pai dele desapareceram logo após a morte da adolescente.

Segundo Moisés Damasceno, policiais civis da Bahia foram encaminhados para o Espírito Santo, e lá, durante as investigações, conseguiu localizar um imóvel na cidade de Vitória. A família teria passado pelo local e partido para uma comunidade cigana, que fica no município de Cariacica, na região metropolitana da capital capixaba.

"As investigações estão na fase de depoimentos de familiares e pessoas que souberam mais ou menos como o fato transcorreu. A versão principal desse momento é que o tiro foi efetuado pelo esposo da vítima, que também é um jovem de 14 anos, integrante também da cultura cigana, que casou com ela no mês de maio passado", informou.

Pai nega anúncio de recompensa

O pai da adolescente Hyara Flor já afirmava que a filha foi morta pela família do marido da vítima. Hiago Alves disse que uma vingança motivou o feminicídio.

"Eles armaram, me induziram [a conceder o casamento]. Mataram minha filha, em uma morte injusta, por vingança. Meu irmão tinha caso com a mulher dele [sogro de Hyara], ao invés dele descontar e brigar com meu irmão, eles mataram minha filha inocente", disse o pai da vítima.


"Eu quero pedir justiça pela minha filha, em primeiro lugar. Mataram uma criança inocente. Eu quero justiça, a justiça de Deus e a da delegacia", disse.

Ainda de acordo com Hiago, a adolescente vinha sofrendo violência doméstica desde o dia em que foi morar com a família do marido, há 47 dias, quando a cerimônia religiosa do matrimônio foi celebrada em uma igreja católica de Guaratinga.

"Minha filha, desde o primeiro dia que casou com ele, estava sofrendo. Compraram estaca [pedaço de pau] para bater em minha filha. Vi minha filha com o braço roxo e perguntei o que era aquilo. A mãe dele [genro] não deixou minha filha responder, e disse que tinha sido eles dois brincando, que ele tinha mordido ela".