Estudantes da UFSM vão analisar imagens captadas pelo telescópio espacial James Webb da NASA; santoestevense também participa do estudo

Foto: Jornal Hoje/TV Globo

Foto: Jornal Hoje/TV Globo

Pesquisadores de 535 projetos pelo mundo foram selecionados pela Nasa para colaborar com a análise de estrelas, planetas, galáxias, moléculas e átomos.

Um grupo de astrofísicos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do qual faz parte o santoestevense José Henrique Costa Pinto Souza, 25 anos, está atuando junto à agência estadunidense. Eles estão focados no estudo da formação das galáxias, os grandes conjuntos compostos por estrelas e planetas, com a utilização de imagens captadas pelo telescópio James Webb – e fizeram importantes avanços.

Esses cientistas, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, aprofundam as descobertas quanto ao papel dos ventos de hidrogênio, elemento que está na composição da água e de várias outras composições químicas, e da radiação no centro das galáxias.

"Esses ventos que a gente estava buscando estão lá. O que falta agora é determinar as propriedades físicas deste vento, qual é a taxa de matéria que esses ventos carregam, qual o efeito desses ventos na formação stelar, e isso ainda requer um trabalho de processamento dos dados, análise dos dados, que provavelmente vai se estender por pelo menos alguns meses ou até mais de um ano", explica o astrofísico Rogemar Riffel, líder do projeto.

Os cientistas descobriram uma peça fundamental do "quebra-cabeças" da astrofísica para ajudar a mostrar de onde vem o que está no espaço.

A partir da observação do hidrogênio molecular, os pesquisadores fizeram uma análise completa das propriedades físicas da movimentação que ainda não havia sido possível concretizar.

"Nós sabemos onde essas moléculas estão localizadas, onde as nuvens de gás molecular estão localizadas na galáxia e sabemos também como elas se movem. Tudo isso é completamente novo nessa região infravermelha do espectro e é essencial para a gente entender como as galáxias evoluem", acrescenta Riffel.

O grupo havia inscrito a ideia da pesquisa e foi selecionado para participar do estudo com a Nasa. A concorrência era grande entre cientistas do mundo todo para tentar entrar no projeto que envolve o James Webb, o telescópio mais moderno do mundo.

"É como se fosse um microscópio para a gente ver uma área bem 'pequenininha' do centro galáctico. E ele permite observar várias coisas que a gente não conseguiu até hoje", explica José Henrique Costa Pinto Souza, doutorando em Física na UFSM, em entrevista ao Jornal Hoje da Rede Globo, na tarde desta quinta-feira (17).

Filho de José Romeu e Simone Costa Pinto, José Henrique é formado em física pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Após concluir sua licenciatura no ano passado, ele iniciou o doutorado em Astrofísica na UFSM.

O jovem é um orgulho para a família, disse sua irmã Carine Costa em entrevista ao Página da Notícia.

"Pra nós, é muito orgulho e muita felicidade porque meu irmão sempre teve esse desejo de participar de pesquisas de cunho científico. Ele já demonstrava esse interesse desde a infância, e eu percebia isso", disse Carine.

O resultado dos estudos, que ajuda a compreender como as estrelas se formam e como as galáxias evoluem no universo, deve ser publicado nos próximos meses. As inéditas descobertas, feitas por pesquisadores brasileiros, motivam os participantes do projeto.

Página da Notícia com informações do G1