Brasil fecha mais lojas no segundo trimestre do que em no ano de 2016

No segundo trimestre deste ano, o Brasil teve mais lojas fechadas do que durante todo o ano de 2016, segundo a Confederação Nacional do Comércio. Entre abril e junho últimos, 135,2 mil estabelecimentos comerciais encerraram as atividades, equivalente a 10% do total de empreendimentos do varejo antes da pandemia. A perda anual verificada há quatro anos, quando o país vivia uma recessão, atingiu 105,3 mil unidades.

"As vendas presenciais, historicamente a principal modalidade de consumo por parte da população, tiveram o volume muito reduzido neste período", afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Nenhum ramo do varejo apresentou expansão do número de pontos de venda no trimestre passado.

Tadros ressalta, por outro lado, que, "o ritmo de recuperação das vendas no comércio tem surpreendido positivamente, impulsionado por fatores como a intensificação de ações de venda via e-commerce". A previsão da entidade é que o setor chegue ao fim de 2020 com menos 88,7 mil estabelecimentos, em comparação com o ano passado, totalizando 1,252 milhão de lojas em todo o País.

Regionalmente, todas os estados enfrentaram redução do número de pontos de venda, com maior perda em São Paulo (-40,4 mil), Minas Gerais (-16,1 mil), Rio de Janeiro (-11,4 mil) e Rio Grande do Sul (-9,7 mil) e Paraná (9,5 mil).

O economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, relata que embora dados recentes do IBGE mostrem que apenas uma em cada quatro empresas comerciais tenha reduzido o quadro de funcionários em junho, o inédito fechamento de estabelecimentos com vínculos empregatícios no segundo trimestre reverberou no nível de ocupação apresentado pelo setor. "De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no segundo trimestre de 2020 foram eliminados quase 500 mil empregos formais", observou.