Santo Estêvão: Em depoimento ex-vereador diz que mulher tentou tirar a própria vida com espingarda

Foto: Redes sociais

Foto: Redes sociais

A gestante de 9 meses Jéssica Regina Macedo do Carmo, 31 anos, que morreu após ser atingida com um tiro nas costas, por volta das 14h de sábado (5), na cidade de Santo Estevão, e o marido dela, o ex-vereador e atual chefe de gabinete da prefeitura George Abreu, tiveram uma discussão antes do disparo acontecer.

George Breu prestou depoimento ao delegado Gustavo Coutinho, que estava no plantão regional e alegou que o disparo ocorreu de forma acidental, dentro do quarto do casal e que ela ameaçou tirar a própria vida e a do bebê.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado deu detalhes do depoimento prestado pelo servidor municipal. De acordo com ele, ao receber a informação da morte da gestante, se dirigiu à cidade de Santo Estevão, onde foi constatado o óbito no Hospital Municipal tanto da mulher quanto do bebê. Também foi feita a perícia na residência do casal, e em seguida ouviu o depoimento do acusado.

"Aguardei e o recebi em companhia do advogado. Ele falou que estava em uma união estável há 1 ano e três meses com a Jéssica, que era um relacionamento tranquilo, que nunca houve briga nem nenhum tipo de confusão, e que sempre foram um casal com bom relacionamento. Mas nos últimos dois meses ele estava observando que ela estava um pouco insegura, mas que realmente ele gostava dela. Então com isso ele falou que estava na residência do casal na área externa lavando os carros e ela estava no quarto de casal normalmente arrumando as coisas do enxoval do bebê, que iria fazer uma cesariana no dia 22 de fevereiro. Ela o chamou no quarto e, quando ele se aproximou, ela novamente perguntou se ele gostava dela realmente, se jurava que gostava dela, ele disse que ficou um pouco desconfiado, mas falou que amava. Aí ela falou que não queria ser um peso na vida dele, e que se ela fosse ser um peso, nem ele nem ela iriam ver o filho nascer", relatou o delegado.

Inicialmente, a informação passada é que o ex-vereador estaria limpando a arma, quando o disparo aconteceu de forma acidental. No entanto, segundo Gustavo Coutinho, o acusado afirmou que Jéssica estava com as mãos nas costas, segurando a arma, uma espingarda com dois canos serrados, que pertencia a ele, e que se aproximou da mulher para tentar tomar a arma da mão dela.

"Ele se aproximou e tentou dar um abraço nela para tentar tomar a espingarda e com isso ele disse que ela deu um passo para trás, acabou se desequilibrando, e ele caiu por cima dela, e que nesse momento houve o disparo. Ele ficou procurando, achando que o tiro tinha atingido o teto da casa, mas quando virou o corpo dela viu as costas com sangue, que o disparo havia atingido as costas de Jéssica. Ele disse que com isso ficou apavorado, tentou carregar ela no colo, a colocou no banco traseiro do carro, e ele falou que a intenção dele era tentar salvar a vida dela e do filho. Ele se dirigiu rapidamente ao hospital municipal para prestar socorro, e lá deu entrada, mas veio a óbito", contou.

Ainda conforme o delegado, o suspeito se apresentou na delegacia de forma bastante emocionada e que não se negou a responder nenhum dos questionamentos feitos pela polícia. No entanto, somente os próximos passos da investigação irão determinar se de fato ocorreu um tiro acidental ou se houve a intenção de matar.

"Ele estava bastante emocionado, contou com detalhes tudo que era perguntado ele respondia, e disse que foi dessa forma. Que foi um tiro acidental, que essa arma pertencia a ele, que ficava atrás da porta, e que ele nunca imaginava que a mulher iria cometer um ato desse. Ele falou que nunca observou que ela estava em depressão, mas que estava estranhando ela perguntar muito ultimamente se ele gostava dela. Essa foi a versão apresentada por ele. Como ele se apresentou espontaneamente na delegacia, não houve a prisão em flagrante. O fato está em investigação, será feita a reconstituição do crime, e o delegado Luis Osório, que é o titular de Santo Estevão, vai ouvir várias pessoas, testemunhas, pessoas ligadas ao casal, irá fazer a perícia no celular dela, que ficou no local, perícia no celular dele, e a partir daí vai provar se houve realmente um acidente ou se foi um homicídio. Uma discussão que culminou nessa morte de Jéssica", salientou Coutinho.