Justiça Eleitoral apreende material de campanha de Bolsonaro em MG por mentir que Lula persegue igrejas e cristãos
Recolhimento ocorreu em comitĂȘ de campanha do presidente em Belo Horizonte. O g1 procurou a assessoria do candidato, mas aguardava o retorno.
O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) apreendeu materiais de campanha de Bolsonaro com "fatos inverĂdicos" sobre Lula, alegando que ele perseguia igrejas e cristãos. A apreensão aconteceu no comitĂȘ do presidente e candidato à reeleição em Belo Horizonte.
"Constata-se nos aludidos artefatos, divulgação de fatos inverĂdicos, contendo desinformações, dentre eles, de que o candidato adversĂĄrio, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, persegue as igrejas e os cristãos", afirma a juĂza eleitoral Raquel de Paula Rocha Soares.
O TRE não divulgou imagens do que foi apreendido, mas especificou que se tratavam de panfletos que traziam desinformação sobre o candidato concorrente, focado em mentiras associando Lula ao fechamento de igrejas e perseguição ao pĂșblico cristão.
Também foi constatada irregularidade quanto ao conteĂșdo de panfletos, com uso de informações inverĂdicas e que configuram propaganda negativa contra candidato adversĂĄrio, ambas as prĂĄticas vedadas pela legislação eleitoral.
Segundo a Ășltima pesquisa Ipec, de 24 de outubro, Bolsonaro tem maioria entre os evangélicos, 60% contra 30% de Lula. O presidente tem focado a campanha com visitas a igrejas e sendo acompanhado por personalidades cristãs.
Após a apreensão, a Justiça Eleitoral ainda pediu que fosse aberta uma investigação pela divulgação de informações falsas pelo comitĂȘ de Bolsonaro.
"Desse modo, é cabĂvel a intervenção desta justiça especializada para coibir a divulgação de notĂcias falsas", considera a juĂza eleitoral, relembrando que o artigo 243, IX, do Código Eleitoral, por sua vez, dispõe que não serĂĄ tolerada propaganda negativa: que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pĂșblica.
O g1 Minas acionou a equipe de campanha de Bolsonaro, mas não obteve o retorno até a publicação.